terça-feira, 7 de outubro de 2008

Relatos de um Colono!

Num belo domingo de sol estou eu tomando um mate na sacada, é isso que grande parte do pessoal de Chapecó faz no domingo, afinal temos que honrar nossas origens, que nem nós sabemos muito bem quais são. Então começa um buzinaço (que é bem típico da nossa cidade também) e já pensei "não, carreata não! já basta horário político". Acabou com meu domingo feliz tomando meu mate, pensei eu. Mas fiquei ali dando uma olhada no movimento (outro costume domingueiro chapecoense). O povo passava buzinando, com a bandeira na mão, parecia final de campeonato catarinense, muita gente nem sabia o porque do tal buzinaço, e qual a intenção de uma carreata, mas o povo tava lá, abanando, gritando, como diz o ditado ' mais feliz que gordo de camisa nova ', uns numas Kombi do tipo 'aperta que cabe mais!" tudo entulhado. Reparei que uma Tia tava atrás de uma camionete dessas S10, ou 11, não importa, sentado em uma cadeira de praia, tomando chimarrão, morri de inveja. A tia tava nem ai pra nada, tava como eu olhando o movimento e curtindo um chimarrão, com todos os 14 afilhados dela ali de pé, pensei eu, " malandra a tia, pegou uma cadeira de praia pra evitar a fadiga ", detalhe que a tiazona pesava uns 4565kg, jogando baixo. Tinhas umas figuras que com certeza, absoluta, não tinham dinheiro nem pra bancar a gasosa da carreata, mas tavam ali, afinal o candidato paga, ai convida os parente, as vizinha e os filho dela, a rua inteira, e tudo dentro do fusca 74. Tinha uns adesivos escritos " mexeu com o João, mexeu comigo " ê povo engajado. O problema é que na hora de reclama quando a coisa ta mal, ninguém se une desse jeito. Uma coisa que eu sinto inveja da Argentina é que lá, quando o governo faz coisa errada o povo vai pra rua, de todas as classes e crenças fazer panelaço na porta do governo, aqui no Brasil alguém já viu algo do tipo? ok, uma vez la com os caras pintadas, ou nas revoltas do começo do séc. XX, mas muito raramente, principalmente nos últimos tempos. E a carreata rolando, não acabava mais, eu continuei com o meu chima, pensando sobre o propósito dessas pessoas, mas eu é que não vou julgar ninguém, tinha até uns conhecidos meus, e eu particei abanando as vezes para os mais simpáticos. Tava querendo escurece e tinha uns carros ainda, cosa linda! E nesse ultimo domingo todo mundo na rua denovo, afinal a carreata e o dinheiro na gasolina valeram a pena, o candidato venceu! Parabéns povo! Só espero que esse pessoal não seja esquecido, e que se for, tome conciencia disso e saia novamente na rua. Quem sabe uma carreata? hã?

sábado, 4 de outubro de 2008

Um pouco de Grêmio

Esquecer o apito


Hoje, 16h, o Grêmio joga a primeira partida do confinamento a que foi submetido o grupo de jogadores, medida que pode ser vista de duas maneiras:

– Foi oportuna pelos efeitos do impacto. Se alguém andava desatento e desconcentrado, a longa reclusão será mais do que suficiente para acordá-lo. Serve para unir o grupo, sim, e como elemento regulador da boa rotina: refeições adequadas e nas horas certas, sono restaurador e mínimo desgaste físico emocional que as ruas, restaurantes e, até, o convívio com os vizinhos, impõem.

– Foi arriscada, pois coloca o grupo sob a suspeição de que estava havendo desregramento nas condutas extra-campo. E será uma medida inútil se não vier acompanhada por decisões técnicas intransferíveis.

- Ninguém que esteja desfrutando o pleno funcionamento das suas faculdades mentais entenderá que o jogo contra o Botafogo possa ser menos difícil. Pelo contrário, será um embate duríssimo. Para vencer, o Grêmio não poderá contar com os efeitos do confinamento pois o tempo de concentração terá sido, apenas, o corriqueiro. Será essencial, sim, que o time apague as seqüelas do Gre-Nal e repita a determinação alegre do primeiro semestre, quando o Grêmio disputava cada partida como se fosse a última na vida de cada jogador. Mas também será importante que Celso Roth encontre boas soluções para compensar os desfalques do time e esteja inspirado na hora de fazer substituições.

- Ah, e que haja uma grande e animada torcida nas arquibancadas, disposta a empolgar a equipe, o tempo inteiro. O Grêmio depende do combustível que vem das arquibancadas.

- Também seria interessante se o time entrasse em campo disposto a lembrar tudo o que já foi feito e esquecer, completamente, a arbitragem. Protestar contra erros de arbitragem apenas faz aumentar o prejuízo.


Fonte: Zero Hora